sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sobre afeto!




Em meio a tantas vitrines realmente parece estar em decadência os gestos simples. Muita gente está vivendo para impressionar os olhos da plateia e ocupam tanto disso que nem conseguem reparar no sorriso raso que carrega.

Alguém faz algo especial para você, qual o valor disso? Não estou falando de joias, restaurantes caros ou de uma viagem cinematográfica. Sabe aquele bilhete que ela escreve pensando em você, que diz coisas que não vai encontrar em livro algum, talvez apenas em sua memória. Aquela flor roubada no jardim alheio, o “Eu estava com saudades” inesperado e o abraço gratuito fora de datas comemorativas. Digo daquele trecho de crônica que ela lê, lembra de você e te manda e daquele cheiro no ouvido acompanhado de um bom dia. Sabe a visita descompromissada, sem motivos, apenas para te ver que vira a madrugada com um papo bom?

Enfim, é sobre as coisas que não se encontram na vitrine que quero falar. Eu sinceramente não saberia calcular o valor de tudo isso, e por julgar tão valioso fazer alguém se sentir especial, acho que tudo isto esteja à frente do que você pode comprar ou pagar. Sim, corro o risco de frustrar muita gente, mas agir de uma forma diferente simplesmente seria uma afronta ao que acredito. O que eu tenho de melhor para oferecer é abstrato demais para ser produzido pelas grandes indústrias. A questão aqui não é dizer quem está certo ou errado, até porque acho que não é este o ponto. Acima de tudo, o importante é ser feliz ao seu modo respeitando e não desvalorizando o modo com o qual o outro age com você. O afeto pode vir materializado ou abstrato, só não o despreze se não vir na forma que esperava, receba-o sem reservas.

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