segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O jazz


Eu caí meio que de paraquedas nessa coisa de dançar, na época eu devia escolher entre a aula de educação física convencional e o jazz. Não me lembro ao certo se a decisão foi minha, mas o fato é que de repente estava eu ali vestida com roupas de bailarina.

Eu, toda bicho do mato, já fui logo para o fim da sala. E ali foi o meu primeiro encontro com o “eu posso ser o que eu quiser” sem que fosse em meio a brincadeira entre primos. Entendi que devemos nos dedicar àquilo que nos dá prazer e a entrega foi tanto que de repente eu estava lá na primeira fila das apresentações. Foi a primeira vez, com apenas 9 anos, que percebi que eu poderia ser muito boa no que faço e vi a timidez ser derrotada pela confiança.

A dança me libertou da insegurança, naqueles instantes eu não precisava de mais nada, era eu e a coreografia. Bastava! Eu começava a confiar em mim mesma. É claro que eu era uma criança, e não tinha a mínima ideia do quanto aquela atividade estava sendo transformadora, mas ontem quando assistia o Lago do Cisnes me veio na mente a menina antes e depois do Jazz. Surgiu uma menina cheia de amigos, falastrona, disciplinada e talvez a herança mais importante tenha sido perceber o quanto é importante dedicar meu tempo a algo que me dê prazer.

Foi o meu primeiro encontro com o autoconhecimento. Desde então, tenho me dedicado a tudo que me faz bem!

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